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quinta, 28 março de 2024

DESLOCAMENTOS DO FEMININO

Kehl, Maria Rita

284 páginas

R$ 61,00

Sinopse


Deslocamentos do Feminino: de onde para onde? De quem para quem? E quando? Neste livro, a psicanalista Maria Rita Kehl investiga as relações entre a mulher, a posição feminina e feminilidade, como se mostravam à época de Freud, e reflete sobre as possibilidades e falências da clínica psicanalítica hoje, quando tantos deslocamentos já foram efetuados.

A primeira parte de seu estudo busca, na história das mulheres no século XIX, a origem dos discursos que aceitamos, até agora, como descritivos de uma “natureza feminina”, eterna e universal. A mulher oitocentista, como o homem também, faz parte das formações sociais que produziram o sujeito moderno – sujeito neurótico, tal como a psicanálise veio a conhecê-lo. O que é específico da mulher é a dificuldade que enfrenta em deixar de ser objeto de uma produção discursiva massiva, a partir da qual se cria sua “verdade”.

Há uma produção literária voltada ao público feminino, que tenta dar uma resposta imaginária aos anseios reprimidos de grande parte das mulheres das classes médias do século passado. No segundo capítulo do livro, o romance Madame Bovary, de Flaubert, é analisado desta (mas não só desta) perspectiva. É possível pensar em Emma Bovary como uma grande histérica, em busca de homens capazes de lhe explicar quem é? A leitura do romance ajuda a entender o que teria levado as mulheres da época a um tal desajuste em relação às posições femininas que o resultado só poderia ter sido a produção de uma sintomatologia: a histeria. Neurose feminina oitocentista por excelência, a histeria é interpretada aqui como uma solução de compromisso entre antigas posições e novos anseios das mulheres.

A parte final é dedicada às teorias freudianas sobre as mulheres e suas repercussões na psicanálise contemporânea. As mulheres têm cura? E afinal, o que quer uma mulher? Essas duas indagações de Freud e as repostas ou falta de respostas que ele oferece precisam ser lidas à luz do que não foi capaz de escutar na fala das mulheres (que ele mesmo fez falar). Os psicanalistas hoje talvez não estejam conseguindo ouvir, também, certa demanda das mulheres, em busca de um discurso próprio. Separar a mulher dos “ideais de feminilidade” do século XIX e contrapor-se à mascarada histérica; reconhecer outras “escolhas de destino” das mulheres como sujeitos, para além do par casamento / maternidade; reconhecer os recursos fálicos das mulheres da atualidade, não como sintomas, mas expansões dos limites do eu: são tarefas para a psicanálise contemporânea, se não quiser tornar-se obsoleta.



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