Sinopse
A entrevista de Franco Borgogno sobre a “psicanálise como percurso recíproco de analista e analisando” é uma metáfora fascinante do caminho em direção ao conhecimento de si, que de forma correta se desenvolve no interior da análise. Percursos, viagens e a idéia de pesquisa de um objeto ideal não são metáforas raras na literatura e na mitologia, nem mesmo o trajeto como alegoria da descoberta da própria verdade. Borgogno encontra-se em ótima companhia ao se entregar a essa metáfora para simbolizar o trabalho psicanalítico e falar sobre ele nos termos de dois percursos, aquele do analista e aquele do analisando, para a descoberta dos respectivos mundos internos que se despertam e emergem no espaço interpsíquico criado por cada encontro analítico. A particularidade desta entrevista é que o Autor, sendo simultaneamente analisando e analista, oferece com profundidade e frescor uma fenda sobre como, a partir de fatos e razões de vida, seja constituída a singular visão da psicanálise que cada psicanalista alcança no topo de sua maturidade profissional.
Endre Koritar
A autobiografia de um analista é um evento literário que aguça a curiosidade e sacode preconceitos. Franco Borgogno teve a coragem de se revelar como pessoa, iluminando os pontos de sombra dos seus nós existenciais. É daqui que Borgogno tira inspiração para o seu trabalho analítico de “testemunha dos fatos de vida do paciente” e de certas “condições ambientais iníquas e desvantajosas que afligem terror e desespero” em quem as vive.
Dina Vallino
Este pequeno e encantador livro de Franco Borgogno, uns dos meus colegas de formação, juntamente com Parthenope Bion e Stefano Bolognini, que lemos como um sonho acordado sobre a vida e carreira do autor, é também necessidade do contato emocional profundo e real do processo de crescimento e na relação com o paciente. Mostra como ele chegou às suas idéias atuais após uma longa jornada (seu livro de maior destaque, “Psicanálise como Percurso”), trave da sua descoberta de autores como Heimann e Bion (e da revelação que eles estimularam por meio dos conceitos da contratransferência a rèverie), até o pensamento de Ferenczi com ênfase na subjetividade do analista e no funcionamento mental da sessão (a chegada de Borgogno em Ítaca).
Antonino Ferro
FRANCO BORGOGNO é analista didata da Società Psicoanalitica Italiana, Chefe da comissão IPA “Psychoanalysis and University”, professor pleno de Psicologia Clínica na Universidade de Turin (Itália) e um dos fundadores da Fundação Internacional Sándor Ferenczi. Escreveu diversos livros (o mais conhecido Psychoanalysis as a Journey, publicado em português pela Imago Editora, La partecipazione affettiva dell’analista, Ferenczi oggi), além de muitos trabalhos clínicos e teóricos de psicanálise em publicações internacionais e brasileiras.