Sinopse
SONIA KATZ SWIRSKI nasceu Scheinia Katz em uma reunião que passa por vários donos durante o século XIX e XX. Sua cidade Svir, que ficava as margens do rio de mesmo nome, estava incrustada no que havia sido a Zona de Residência Judaica durante o Império Czarista Russo.
A partir de 1791 os judeus daquela região sofriam restrições de locomoção, interdições econômicas e de ocupação. Paralelo a isso se desenvolveu naquela região uma rica cultura judaica. Por conta do isolamento e da miséria, a vida judaica nessa região era muito específica e acaba se tornando um símbolo para comunidades judaicas de todo mundo.
Os judeus viviam naquele período em aldeias com autonomia cultural e forte sentimento de comunidade. Essas aldeias conhecidas por Shtetelach (plural de Shtetele) foram o berço de uma rica cultura judaica em ídishe, onde a vida comunitária determinava as práticas individuais. Mesmo após o fim do isolamento imposto pelo império czarista, que tem sua derrocada em 1917, na Revolução Russa, os judeus permaneceram vivendo, em grande parte, em suas aldeias da Europa Oriental.
Após a I Guerra Mundial, a região de Svir passa a fazer parte de Polônia, país renascido dos acertos de fronteiras propostos pelos vencedores da Guerra. Ao nascer em 1925, Scheinia Katz ainda encontra uma cidadezinha que tem uma referencia comunitária muito forte e que mantém contatos eventuais com os não judeus da cidade. A infância de Scheinia se dá em um Schtetele.
O livro de Sônia nos dá a real dimensão do era a vida numa aldeia judaica durante as três primeiras décadas do século XX. O bairro judeu, as tradições religiosas e as feiras nos domingos emolduram um quadro na memória de comunidades que não existem mais. A Svir judaica, como tantas outras cidadezinhas e aldeias da Europa Oriental foram dizimadas pelos nazistas.