Sinopse
Este é um livro que contém 20 textos de memórias escritas por veteranos do movimento juvenil sionista-socialista Dror fundado em 1945. Focalizando os primeiros vinte anos pós Segunda Guerra Mundial, os memorialistas trazem à tona silhuetas de um passado que o tempo, sem constrangimento, dissipou. Olhando para tas, a chutzpá (sem vergonhice) daqueles jovens intrépidos nos causa espanto. Num desfio aberto, contestaram o módulo contínuo da Diáspora e a espera milenar pelo Messias. Era um ato de deliberada desobediência às leis da história judaica.
Os memorialistas relatam sobre sua famílias, sobre a emigração e a aculturação no Brasil e a iniciação “naquilo” que os formou. No movimento, eles encontraram um ambiente social, cultural e recreativo autônimo, e acima de tudo, um marco e concepção de mundo sionista-maxista. Os integrantes do movimento eram autodidatas, liam e discutiam muito. Eles eram exigentes consigo e com os outros, por vezes doutrinários na pretensão de conciliar pensamento e ação a ponto de abandonar estudos universitários para aprender profissões manuais e técnicas compatíveis com as necessidades inerentes à vida do kibutz. Considerando retrospectivamente, eram metas impossíveis de serem mantidas a longo prazo. Organizações sectárias provocam dissidências, no movi mento juvenil elas ocorreram por razões ideológicas, incompatibilidades com o coletivo, richas pessoais, pressão de pais, comodismo, cansaço e outros motivos.
As memórias refletem estes processos, suas dificuldades e o arrefecer do ardor sionista socialista característico dos primeiros anos do movimento Dror. Após este período vieram anos de estagnação e de inércia. O ambiente eufórico após a Guerra dos Seis Dias, em junho de 1967, trouxe novos impulsos ao movimento num processo contínuo de transformação.
Os sessenta e cinco anos da criação do Habonim-Dror estabelecem um momento propício para reflexões, olhar para trás, evocar memórias e buscar sentido.