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sexta, 29 março de 2024

A CURA PELA VIDA OU A FACE OBSCURA DE ALLAN POE

Brasil, Assis

264 páginas

R$ 56,00

Sinopse


UM ROMANCE ORIGINAL, se é que ainda cabe originalidade na obra de ficção do escritor piauiense Assis Brasil? É verdade, cabe, pois ele resolve mais uma vez o gênero, a forma que sempre teve inúmeras possibilidades de renovação, desde mesmo os gregos, os indianos, os chineses e até hoje na pós-modernidade. Como Assis Brasil não quer que se fale no enredo deste novo romance – “deixem que o leitor o descubra, paciente, excitado e comovido”, ele falou -, podemos então fazer algumas observações sobre a sua técnica.
E é aqui que está a sua inteira novidade: partindo de sua própria experiência anterior, o autor “monta” um caleidoscópio ensaístico-ficional, com citações, paráfrases e poemas, atingindo um pan-gênero e, mais especificamente, um metarromance porque, na realidade – abstraindo o seu enredo empolgante e sofrido – o que se discute no livro, ao lado da vivência filosófica e psicológica dos personagens – é o significado da criação literária e a plausibilidade dos vários aspectos de sua invenção.
Daí que se trata, também, de um romance paradidático, com duas vozes narrativas preponderantes e mais o eco dessas vozes através do pensamento paradigmático de uma sabedoria universal – outras vozes sempre se acrescentam com a hermenêutica do conhecimento antigo e atual, sob a perspectiva da crítica ideológica. E é aí que podemos descobrir, aos poucos, os lados múltiplos da narrativa, deitada num verdadeiro palimpsesto cultural ou num paideuma poundiano. Mimese, catarse, crítica da cultura, biografias problemáticas de personagens reais e fictícios.
Não falamos do enredo do romance, mas podemos nos referir a um de seus aspectos temáticos: A cura pela vida ou a face obscura de Allan Poe é o romance mais erótico de Assis Brasil, o que pode, desde já, atrair plumitivos e iniciados em relação ao sexo. Como se trata também de uma narrativa dialógica, polissêmica e dialética, o amor-afeto da inocência e o ardil do amor-paixão, vão configurar três cenas das mais excitantes e contundentes do romance.
Algo que nunca mudou desde os romances da Tetralogia piauiense de Assis Brasil: a linguagem literária – o que está acontecido, através dos anos, foi a sua sofisticação inventiva, o nível de sua erudição, mas nem por isso deixa o leitor indiferente ou enjoado ou aborrecido com a narrativa. O interesse até se amplia em relação às peripécias vocabulares e expressivas da linguagem literária.
Livro erudito mas muito fácil de ser lido, com a apreensão, pelo leitor, do conhecimento enciclopédico de Assis Brasil e com a sua comovida narrativa, onde se destacam dois notáveis personagens – alter-ego do, provavelmente, autor, e sua persona, a sua sombra, o seu duplo, a sua face obscura, que ao final se unem e se harmonizam no amálgama técnico deste pan-romance, deste pan-gênero, recebendo a literatura mais uma contribuição inestimável de Assis Brasil.
Sobre o enredo de A cura pela vida ou a face obscura de Allan Poe, contundente, dramático, trágico, humorístico, fescenino, cínico, escatológico, inteligente e culto? Silêncio total. Assim quer Assis Brasil.



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