Sinopse
Atual crise vem pulverizando crenças. Primeiro, de que os economistas aprenderam a prevenir as crises, e de que estas, embora os ciclos econômicos não tenham desaparecido, seriam muito mais suaves. Segundo, de que o desequilíbrio global seria sustentável, com os países emergentes exportando capitais para manter o consumo excessivo e as taxas reais de juros baixas nos países desenvolvidos, e de que, se estes entrassem em recessão, o mundo seria salvo pelo desacoplamento dos paises emergentes, sustentando o crescimento global. Terceiro, de que o Brasil passaria ao largo da crise internacional devido às suas reservas internacionais elevadas, à desdolarização da divida pública, ao regime econômico baseado em metas de superávits primários, metas de inflação e câmbio flutuante.
Os autores deste livro preocupam-se como o Brasil deve reagir à atual crise, e não em explicar por que aquelas crenças foram desmentidas. Em 17 pequenos artigos, mostram visões independentes sobre como reagir nos campos das políticas monetária e de crédito, fiscal, cambial, e como aperfeiçoar o sistema financeiro. Não há a pretensão de fazer teoria econômica, mas por trás de cada um dos artigos há um conjunto de evidências empíricas sólidas e uma boa teoria econômica. Crises, como a atual, elevam o grau de nervosismo, conduzindo à ilusão de que algum “truque” possa salvar o país da indesejável desaceleração do crescimento. Estes 17 artigos podem ser considerados como uma vacina contra o vírus de que existem “truques” que preservem o crescimento brasileiro quando o mundo caminha para uma recessão. Não apresentam um receituário pronto e acabado de medidas de política econômica, mas seus autores têm a coragem de se expor em meio à crise e trazem oportuna contribuição ao debate.