Sinopse
Uma boa parte dos estudos a respeito do Escotismo colocou o movimento fundado pelo lord Baden-Powell no âmbito das interpretações que denunciaram os movimentos nacionalistas dos primeiros 50 anos do século XX e a escola capitalista durante as décadas de 60, 70 e 80 da mesma centúria. A maioria dos analistas viu o Escotismo como espaço de reprodução de uma cultura conservadora, fundada sobre valores cívicos. Talvez seja necessário repor o debate sobre o Escotismo, tal como se fez nos anos 80 e 90 com o movimento da Escola Nova, para que, antes de qualquer coisa, sejamos capazes de compreender a Pedagogia escoteira, antes mesmo de denunciá-la. Há ainda muita informação sobre o assunto a ser analisada, a começar pelas práticas do movimento escoteiro. Talvez esteja na hora de atenuar as análises que centraram os seus argumentos, quase que exclusivamente sobre a denúncia de supostas relações promíscuas entre o movimento escoteiro e o Estado autoritário, substituindo o foco por uma tentativa de compreender as práticas culturais escoteiras. Assim, o Escotismo poderá ser iluminado como uma cultura que levou a incorporação de valores, comportamentos e hábitos centrados na lógica do autogoverno.
Jorge Carvalho do Nascimento é professor do Departamento de História e do curso de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Federal de Sergipe, e foi coordenador do Núcleo de Pós-Graduação em Educação desta mesma Universidade.
Doutor em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, atuou como pesquisador na Johan Wolfgang Göethe Universität de Frankfurt, na República Federal da Alemanha, e coordena o Grupo de Pesquisa em História da Educação da UFS, e também é membro da Sociedade Brasileira de História da Educação.
Ele foi Secretário Municipal de Educação e Secretário de Governo do Município de Aracaju, tendo também exercido o cargo de Superintendente de Turismo do Estado de Sergipe.