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terça, 19 março de 2024

A MULHER QUE MATOU ANA PAULA USHER

Cassas, Luís Augusto

100 páginas

R$ 42,00

Sinopse


OBRA-PRIMA

Costumo dizer, como psicoterapeuta do encantamento, que os mitos só têm sentido quando podem ser sentidos. Afinal, de que valeria toda a mitologia universal se os mitos não espalhassem sempre uma nova possibilidade de experiência da alma humana?

De todos os heróis, digo ainda, o mais completo deles são os poetas, desde que verdadeiros, como é o caso de Cassas. Poetas assim, superiores nos dizeres de Pessoa, são pura hybris, posto que vibram a divina obsessão de responder ao chamado de sua própria natureza, que os obriga a romper a dimensão do métron, a não caber nas próprias linhas, a transformar a ordem das coisas e penetrar puros como crianças nos ministérios insondáveis, buscando aquele quê de imoralidade inerente a toda transgressão possível, de modo a libertar a alma dos grilhões de todo preconceito e nos elevar em suas asas ao vôo libertário do mergulho em direção ao numinoso arquétipo da poesia.

Mas que heróis, os poetas são p(r)o(f)etas; sabem como ninguém ouvir a voz do Daimon conselheiro, e cumprem vislumbrar paisagens além dos horizontes, para então contar aos homens o que nos espera no transcorrer dessa nossa história anímica. Os poetas vivem, pois, a perscrutar o interdito, a penetrar no Mistério, e, antevendo os raios da aurora de uma Nova Consciência, cantam em versonância com a grande orquestração divina.

Se cada um de nós trás uma missão nessa vida, a do poeta é a de se projetar no silencio dos abismos e atirar-se de alma em profusão na busca dos segredos do amor e da dor, da luz e das trevas. Exceção entre os mortais, os poetas ousam penetrar no mais profundo Hades, franqueados que são por sua própria arte e movidos pelo quê de amor divino que faz dedilhar a lira de seu próprio coração.

Neste particular, A Mulher que Matou Ana Paula Usher é, sobretudo, uma trágica história de amor. Mas é, ao mesmo tempo, uma tragédia de final feliz em que o poeta, morto várias vezes em sua honesta condição egóica, encontra-se, ao final de uma grande jornada arquetípica, liberto do veneno das paixões por tê-las experimentado até a última gota. Com isso, percebe-se transformado pelo fogo da revelação divina, que, embora capaz de nos fulminar em todos os sentidos, nos permite ressuscitar na luz do espírito, diga-se de passagem, permeada em cada uma das estrelinhas que faz brilhar de amorosidade incondicional a essência desta Obra.

A senha deste opúsculo magistral de poesia alquímica está guardada em sua Iniciação à Luz pelo Verso e pelo Pão; são as palavras do Grande Arcanjo que, à Miguel, abençoa nosso poeterói com as asas do rigor e do amor e o convoca a dissipar de sua vida toda a ilusão pela força de sua luminosa espada, ainda que preciso seja sacrificar-se por esta causa.
E Cassas cumpre bem o seu papel de modo a alegrar seus anjos protetores, mas não sem antes despertar a inveja admirável dos deuses que, por capricho, o condenam ao sofrimento insólito de, tendo encontrado nesta vida a sua esposa alquímica, experimentar a profunda dor de concluir ser este amor humano de todo impraticável e impossível. Sim, a primeira vingança dos deuses contra seus heróis mais ousados, contra os poetas mais capazes, desses que insistem em melhorar a Obra-prima, é simplesmente a solidão, prerrogativa dos raros que chegam perto do cume olímpico das montanhas.

Em A Mulher que Matou Ana Paula Usher, Cassas viaja por mitos que à Homero enxergou, deslinda os segredos de uma paixão que à Camões experimentou, resgata das mãos da morte a própria alma à Orpheu, e alcança à Ulisses a utópica Ítaca dos que sabem peregrinos de si mesmos, mas tudo isso não sem entregar aos seus leitores a essência do drama da existência humana (está lá, na poesia que dá nome a esta Obra), escrita à moda de um São Paulo enlouquecido pelo amor do Cristo, banhado na Luz da Grande Consciência, e que humildemente, já caído do cavalo, convida cada um de seus leitores a aprender de uma vez por todas a principal lição da vida, razão pela qual estamos/somos todos entes viventes e encarnados.

Redestilando o poemextrato várias vezes na retorta: o poetalquimista Cassas encontrou na paixão humana sua matéria-prima, e compôs a partir dela esta Obra-prima do amor divino. Mas cuidado! Esta leitura pode nos matar, e ainda assim, nos iluminar de Verdade!
Paulo Urban, médico psiquiatra, sonetista do aquarismo e psicoterapeuta do encantamento.



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